Aqui os quartos já prontos!
Tenho outro pé ao lado de meu fogão a lenha... outra paixão!
E para aquecer os corações como o fogão aquece o corpo publico um poema de Glauco, tirado da net, que lhe peço emprestado para afagar a alma de quem gosta desta cultura.
Fogão a lenha
Ah, velho fogão a lenha
companheiro de invernias
pelas madrugadas frias
junto a ti a me esquentar
cedo me encontro a matear
palmeando a cuia do amargo
buscando calor e afago
pra o dia que vai raiar
Olhando o fogo brotando
por entre a lenha de angico
perdido às vezes fico
mil formas imaginando
nas labaredas dançando
qual china despudorada
enfeitando minha morada
enquanto, só, vou mateando
A passarada em festa
ensaia uma sinfonia
antes do raiar do dia
chamando minha atenção
outra acha queimo, então,
para manter o calor
vou me aquecer pra o labor
da dura vida de peão
A chaleira preta chia
anunciando a água pronta
por hora perdi a conta
de quantos mates tomei
até a erva já virei
no costume matinal
é nessa hora, afinal,
que o peão se sente um rei
Há uma curiosidade
desse fogão campechano
que me acompanha ano a ano
me dê razão quem um tenha
quem duvidar, pois que venha
ao meu rancho e tire a prova
que a "bóia" é bem mais gostosa
feita num fogão a lenha
Quantos versos tu inspirou
numa tertúlia a teus pés
confirmando o que tu és
na alma deste campeiro
é o fato mais certeiro:
o inverno tarda, mas vem
e é mais quente o lar que tem
o calor do teu braseiro
Velho fogão que aquece
sem nenhuma pretensão
prenda, empregado, patrão,
moço, velho e guri
e até um gato que vive aqui
comungando o frio que sinto
vai buscar por puro instinto
calor debaixo de ti
Do amanhecer à tardinha
da dura lide ao descanso
guardas em teu fogo manso
o aconchego fiel
e eu fico pensando ao léu:
quando outro rumo eu tomar
será que vou encontrar
fogão a lenha no céu?
de Glaucio dos Santos Brum
Venâncio Aires - RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário